sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A.T.E.N.D.I.M.E.N.T.O.
A, de Atenção
Atender é o ato de dar atenção a alguém. Numa sociedade como a nossa, os indivíduos, com o perdão da redundância, são muito individualistas. E muito individualizados. Assim, temos carência de atenção. Se tu deres atenção a alguém, podes conseguir muito desta pessoa, como por exemplo, que ela compre algo que tu queiras vender.
Atendendo o cliente, deves fazer com que ele fale bastante, dando muitas informações. Para tanto, tens que fazer perguntas abertas, aquelas que impedem o uso do "sim" ou "não" na resposta. Para começar, ao invés de perguntar "Posso ajudar?", pergunte "Em que posso ajudar?". Sente a diferença? Na primeira pergunta, o cliente pode te responder com um simples "não" e o atendimento acaba por aí. Na segunda pergunta, ele já precisa formar uma frase para responder adequadamente.
Outra coisa: tratar o cliente pelo nome é muito importante. O próprio nome é a palavra mais forte que cada cliente conhece. Chamar o cliente pelo nome é sinal de que tu prestas atenção nele e que, portanto, mereces consideração.
T, de Treinamento
Aqui, eu poderia usar talento, mas penso que treinamento é mais adequado. É que só ter talento não basta. Como bom apreciador de futebol, sei que o talento de um jogador às vezes é subjugado ao vigor e preparação física do adversário. Portanto, mesmo que tu sejas um indivíduo espetacularmente talentoso, deves treinar muito porque teus adversários não deixarão o caminho fácil para ti.
Experimenta fazer assim: acorda de manhã e olha no espelho. Mas olha firme no reflexo dos teus olhos e diz: "Cara, tu és bom!". Tenta também falar do produto que tua empresa vende. Talvez tu aches estranho, mas como provavelmente tu és o mair crítico de ti mesmo, é certo de que melhorarás teu desempenho na explanação.
Outra técnica que podes usar é conversar com amigos sobre o teu trabalho. Explica para eles o que tu fazes, que tipos de produtos ou serviços tu comercializas. Estarás fazendo um belo treinamento e teus amigos podem até virar teus clientes.
E, de Empenho
Esforça-te para conquistar o cliente. Mantém uma postura positiva. Faz do teu semblante o cartão de visitas da tua empresa, do teu negócio. Diante de uma venda perdida, analisa os pontos negativos e tenta superá-los na próxima oportunidade.
N, de Naturalidade
Te falava antes de treinamento, certo? Pois deves treinar tanto que falar do teu produto passe a ser natural como um simples bate-papo com amigos na mesa do bar (sem as tradicionais piadinhas sobre o sexo oposto, claro). De fato, um texto decorado passa uma sensação de falta de confiança. Portanto, tudo que vais falar deve estar na ponta da língua. Deves ter informações detalhadíssimas sobre teu produto. Tens que passar segurança a teu cliente.
D, de Discrição
Precisas ser discreto em vários aspectos: na fala, nos gestos, nos trejeitos, nas atitudes, no vestuário. A aparência serena traz calma e segurança a teu cliente. Desta forma, tu mostras para ele que a decisão em comprar teu produto é absolutamente tranqüila.
I, de Inteligência
Poderia ficar horas falando sobre conceitos de inteligência. Mas o que eu, de fato, quero é diferenciar inteligência de esperteza. Engana-se aquele que pensa que vender algo com a máxima margem de lucro é uma atitude inteligente. Pode até ser, mas tens que ter absoluta certeza de que aquele produto será muito útil ao cliente e de que ele ficará plenamente satisfeito. Se não tiveres certeza disso, terás sido esperto para fechar a venda, mas não inteligente a ponto de preservar o cliente para futuras vendas.
Tu és inteligente, sim. E tenhas certeza de que o cliente também o é. Não tente enrolar. Podes até fechar um primeiro negócios, mas uma nova venda pode se tornar impossível se teu produto ou serviço não agradar.
M, de Motivação
Motivação é a união de um motivo, que justifica o teu trabalho, com uma ação, que é o trabalho em si. Portanto, deves ter teus motivos para trabalhar com vendas. Então te mexe! Vai agir! Não sou em quem vai te motivar. Tu tens que encontrar a força para trabalhar a alcançar teus objetivos. Não me vem com aquela história de "estou desmotivado". Tuas contas, teus sonhos, teus desejos não esperam até reencontrares a motivação.
E, de Educação
Educação pode ser traduzida em polidez, naturalidade, discrição, e outras características típicas da pessoa "educada". Mas disso já falamos acima. Me refiro agora a educação de fato, ou seja, cursos e treinamentos. Tu precisas acumular conhecimento para atuar bem na área comercial. Aproveita para assistir palestras quando tiver oportunidade. Procura cursos na área. Livros também ajudam.
N, de Negociação
Saber negociar é uma arte. Deves encontrar o meio termo entre a lucratividade da tua venda e o interesse do cliente em baixar o preço. Um amigo meu costuma comparar esta etapa do processo como uma disputa de gato e rato. Pode ser vista assim mesmo: tu queres que teu cliente compre teu produto, mas o cliente também quer tirar algo de ti. Se tu venderes por um preço muito alto um produto que não trará tantos benefícios a teu cliente, até terás boa lucratividade no início, mas podes não conseguir concretizar mais vendas depois. Em compensação, não podes vender por um preço tão baixo que a saúde financeira do teu negócio seja comprometida.
Tu e teu cliente devem sair ganhando. Um porque vende um produto de qualidade por um preço que permite boa margem de lucro. O outro porque adquire um produto de grande utilidade e que lhe garanta um belo retorno em detrimento do investimento empenhado.
T, de Trabalho
Tchê, o único lugar onde o Sucesso vem antes do Trabalho é o dicionário. Acho que isso foi Albert Einstein que disse. Se foi ele mesmo, quem somos eu ou tu para contestar, não é verdade? Então arregacemos as mangas e vamos à luta. Supondo que tenhas um bom produto à venda. Ele não se vende sozinho, tens que procurar os clientes. Não tem outro jeito.
O, de Obrigado e volte sempre!
Agradeça sempre a tudo que conquistar. Se vender, agradeça a teu cliente pela compra. Se não vender, agradeça ao menos a chance de mostrar o teu trabalho e coloque-te à disposição para dúvidas futuras.
Mais alguma coisa?
Se me é permitido acrescentar algo, já que o texto é meu, coloco ainda um "S", de sorriso na conversa. Abre um sorriso e vai ao encontro do teu cliente. O sorriso é contagioso e extremamente poderoso.
O Ônus e o Bônus na Educação
Diante do que alguns podem chamar de caos da educação pública, vemos a indignação da sociedade e algumas ações do governo, de forma a aferir o desempenho dos alunos e traçar estratégias de melhoria. Ainda é pouco, mas é um começo.
Em contrapartida, observando a rotina das escolas, é possível verificar a falta de ambição presente em determinados profissionais para mudar esta realidade. Durante a graduação, alguns destes hoje professores sonhavam em construir uma nova realidade na educação. Chamarei o comodismo instituído em determinados profissionais de “influência do sistema”. Você pode se adequar ao sistema, ou melhorá-lo. Qualquer direção que tomar terá o ônus e o bônus. É ilusão pensar que na educação tudo seguiria uma forma ideal já instituída. É tudo, absolutamente tudo, discutível.
É nessa confusão que mergulha o nosso professor. Ele tem metas e objetivos a atingir com seus alunos. Para tanto, ele decidirá a forma mais eficiente. Normalmente, este professor se depara com o sistema e métodos tradicionais, dos quais ele discorda, mas que “sempre funcionam”. Está tudo pronto. É só fazer. Nada disso! Engana-se quem pense que este professor irá novamente transmitir o conteúdo. Antes de qualquer coisa, ele pretende envolver os alunos com o assunto de tal forma que passem a buscar o aprendizado. E, para variar, lá vem o famigerado sistema dizendo que está tudo errado. Aquele deveria fazer o que sempre se fez e que, repito, “sempre funcionou”. Está aí o ônus: o processo pode não dar certo e pode ser que os alunos não aprendam nada. Nosso professor sabe disso. Ele assume o risco do erro pensando no bônus: os alunos podem se encantar de tal forma pelo assunto que extrapolariam expectativas e superariam as metas. Este professor vê um copo que está meio cheio, e não meio vazio!
Lembro-me da professora de história que escureceu a sala e acende um lampião, tal qual séculos atrás. E o professor de física que atirou violentamente uma bola na parede, dando um tremendo susto na turma, mas ilustrou diversos conceitos. E, ainda, a professora de português que com uma piada (que tal?), explorou erros de concordância na fala dos personagens. Além de tantos outros.
Ainda há, contudo, quem prefira não correr risco algum e aceita as coisas como estão. Professores assim não conseguem fazer diferença alguma. Invariavelmente, cumprem suas horas de contrato e reclamam do salário (com razão, lógico). Quer ganhar bem, então trabalhe e se qualifique para isso, diria eu. Não se preocupe tanto com o fracasso. Você pode e deve romper com tudo aquilo que discorda e não se deixar subjugar por aquilo que aí está e que, dizem, sempre funcionou. Já dizia um velho provérbio latino: “O perigo não é querer muito e não conseguir. É querer pouco e conseguir”.
* Acadêmico de Licenciatura em Matemática da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Meus tempos de escola
Na pré-escola, minha professora era a Rosane, uma moça novinha e muito legal. Diz a minha mãe que aquela professora havia se surpreendido ao me ver escrevendo meu nome com tinta guache num dos primeiros dias de aula. Escrever não é o verbo mais adequado, já que eu não fazia a menor idéia do que aquelas seis letras significavam. Mas eu estava na escola para aprender isso! Na escola, era tudo novo e um pouco estranho. Tentei, mas não fiz muitos amigos. Costumava ser deixado de lado pelos colegas nas brincadeiras e atividades devido a um carregado sotaque alemão e aquela ingenuidade típica de menininho do interior.
No ano seguinte, na 1ª série, a professora Verinha me ensinou a ler e escrever. Eu era bom aluno. Tirei algumas notas 10. Na 2ª série, a professora Márcia "inovou" com um quadro de estrelinhas, que era preenchido de acordo com o desempenho dos alunos nas provas e ditados. Fui o terceiro colocado no fim do ano, atrás apenas da Jussara e da Letícia. Nós três fôramos os únicos a encher o quadro todo, obrigando a professora a colar duas estrelinhas em alguns quadrinhos. Que orgulho aquilo me dava!
Por conta da suspensão do transporte escolar no ano seguinte, eu e minha irmã tivemos de mudar para uma escolinha municipal perto da nossa casa. Era uma daquelas escolas que tinham só até a 5ª série, onde a professora mantinha duas ou 3 turmas juntas na mesma sala. Professora Agnes, iniciante no ofício de lecionar, me deu aula na 3ª e na 4ª série. Ela parecia me adorar. Lembro-me que numa das aulas ela fez um exercício com masculino e feminino de substantivos. Uma das questões era o feminino de herói. "Heroína" eu escrevi convicto, pois havia aprendido no ano anterior. Foi aí que aconteceu a minha primeira discussão com uma professora, pois ela disse, equivocadamente que o correto seria "heróica", coisa que eu rechaçava categoricamente. O erro ela viria a reconhecer no dia seguinte, após uma rápida consulta ao dicionário. Demos algumas boas risadas deste episódio mais tarde.
Na 5ª série, a professora Inês teve a missão de dar aulas para minha numerosa turma de 3 alunos. Isso mesmo! Três alunos: a Rosane, o Maurício e eu. Naquele ano, bati meu recorde pessoal, com 21 notas 10 no boletim. Eu me achava o máximo e meus pais tratavam de espalhar o feito do filho para quem estivesse disposto a ouvir. Aquele foi meu último ano na Escola Municipal de 1º Grau Incompleto Pe. João Batista Ruland.
Em 1991, fui estudar em Alto Feliz, que era distrito de Feliz, mas viria a se emancipar no ano seguinte. No primeiro dia na Escola Estadual de 1º Grau Assunção, tomei um enorme susto por causa da sirene que avisava o horário de início da aula. Explico: até então, eu só conhecia a sineta da diretora e aquele barulho parecia um alarme de perigo. É de notar que a gurizada toda saiu correndo e eu não fazia idéia do motivo daquele escarcéu.
Dias depois, melhor ambientado e sem mais nenhum susto, conheci aquele que viria a ser, desde então, meu melhor amigo. Dizem que amigo é aquele irmãos que nos permitem escolher. E é como irmão que eu e o Alexandre nos tratamos até hoje. Na 6ª série, penso ter deixado de ser um "bichinho do mato". Aprendi a escrever histórias com a professora Eugenia. Conheci o x e o y com a professora Suzana Vera. Peguei gosto por jogar vôlei com a ajuda do professor Paulinho.
Da 6ª à 8ª série, eu e o Alexandre escrevemos peças teatrais para as comemorações de encerramento do ano. Eram propositalmente inspiradas da Escolinha do Prof. Raimundo, do Chico Anísio. Fazíamos o roteiro com a supervisão da professora Eugenia. Havia quem pensasse que ela corrigia nosso texto, mas isso não acontecia. Também cabia a nós dois dirigir o "espetáculo" que era encenado por todos os colegas da sala. Como eu disse, era uma imitação do programa de televisão, mas os personagens e piadas eram fruto exclusivo de nossas criativas mentes infanto-juvenis. Fazíamos os professores e todos mais caírem na gargalhada com nossas performances. Ou era muito bom, ou era muito ruim. Lembro da diretora Luci debruçando-se sobre uma mesa de tanto que dava risada por causa de uma piada do meu personagem. Impagável!
Na 7ª série, tive meu primeiro namorinho. Até em briga acabei entrando por causa da menina. Foi também na 7ª série que comecei a tocar piano e dançar no grupo de danças folclóricas alemãs da escola. Meu fiel escudeiro Alexandre, obviamente, era meu parceiro nestas atividades.
Pois é... Aqueles 3 anos se passaram e eu precisava trocar de escola outra vez. É interessante, pois eu estudei em cada escola por exatos 3 anos e isto aconteceria novamente no Segundo Grau! Eu estava muito contente porque voltaria a estudar na(!) Feliz. O popular "Segundo Grau" na verdade se chamava Escola Estadual de 1º e 2º Graus Prof. Jacob Milton Bennemann.
Sem dúvida, foi a melhor escola em que eu já estudei, tanto pela estrutura e qualidade de ensino, tanto pelas maravilhosas experiências pelas quais passei lá. Fui do Grêmio Estudantil e líder de turma no 2º e 3º ano. Jogava vôlei como um doido, aproveitando a altura de 1,91m que eu atingi aos 17 anos. Era daqueles chamados "caras populares", fato que não se traduziria em número de namoradas.
Minha turma foi a última a ter no currículo disciplinas específicas de redação e de metodologia científica. Isso deu a mim e boa parte dos colegas uma boa base para redações de vestibular, por exemplo. Me dava bem com todo mundo, especialmente com os professores. A professora Márcia, aquela mesma da 2ª série, voltou a ser me dar aulas, lecionando Biologia. Eu nunca colei numa prova, mas na matéria dela eu dava uma força especial para um colega meu. Ele passou de ano e até acho que aprendeu um pouco mais de Biologia por minha causa (risos).
Em 1995, meu segundo ano naquela escola, aconteceu uma crise no transporte escolar. Era uma situação bem específica da localidade em que eu morava. Sendo o único estudante de segundo grau a ter aulas à tarde, fui forçado a ir a pé todos os dias para estudar. Eram 5 quilômetros de estrada de terra batida morro abaixo até a escola e morro acima de volta para casa. Pelo menos minha forma física estava ótima.
Numa tarde de novembro daquele mesmo ano, assim que entrou na sala de aula, a professora Márcia exibiu orgulhosa um tubo do limpador multi-uso Ajax. Algumas horas antes, o Grêmio, meu querido time do coração, havia perdido o título mundial para um time holandês com o mesmo nome daquele produto de limpeza que a professora colocou estrategicamente em sua mesa. Que raiva! Mas eu gostava daquela professora, apesar de ela ser colorada.
As professoras Elisabela, Marieta, Teresinha e o professor Antônio (pelo qual sou chamado de "meu amigo" hoje em dia) também me trazem boas lembranças daquele tempo. Até a diretora, Dona Adolfina, que era temida por muitos e odiada por outros tantos, era minha amiga. Vivia me chamando para seu escritório, a fim de tomar um café e conversar um pouco. Pudera, meu pai era presidente do CPM e eu o ajudava a, por exemplo, capinar o matinho da escola no período de férias.
Meu terceiro ano foi completado em 1996. Festas, excursão, diversão e aquele inevitável ar de despedida. Encerrava-se o ciclo. Não voltaríamos à escola no ano seguinte. Cada um dos colegas seguiria seu caminho e seus sonhos. Quanta saudade!
Código Secreto
Código Secreto
Introdução:
Os computadores que conhecemos utilizam o sistema de numeração binário para processar informações. Neste sistema, os únicos símbolos existentes são 0 e 1. Cada letra, número ou sinal que digitamos é gerado por uma seqüência de 8 dígitos, cada um deles com valor 0 ou 1. Estes dígitos são chamados de bits. O computador entende perfeitamente esta seqüência porque está programado para isso. Ele se baseia numa tabela que mostra qual o caractere que é gerado por cada seqüência de 8 bits, a chamada tabela ASCII. A parte da tabela ASCII que contém as letras maiúsculas está representada abaixo:
| 65 A | 78 N |
| 66 B | 79 O |
| 67 C | 80 P |
| 68 D | 81 Q |
| 69 E | 82 R |
| 70 F | 83 S |
| 71 G | 84 T |
| 72 H | 85 U |
| 73 I | 86 V |
| 74 J | 87 W |
| 75 K | 88 X |
| 76 L | 89 Y |
| 77 M | 90 Z |
Assim, por exemplo, a letra A é derivada da seqüência binária 01000001. Estes dígitos são interpretados pelo computador e resultam no número decimal 65, que é comparado na tabela e equivale à letra A.
Como fazer a conversão?
Pegue os 8 dígitos binários comentados acima e atribua valores a cada um deles. Ao último número, daremos o valor 1. Ao penúltimo, daremos o valor 2. E assim por diante, sempre dobrando os valores, desta forma:
| Valor atribuído | 128 | 64 | 32 | 16 | 8 | 4 | 2 | 1 |
| Bit | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 |
O passo seguinte é somar todas as casas onde aparece o valor 1. No nosso exemplo, somaremos 64+1. O resultado é 65 que, como pode ser visto na tabela, equivale à letra A.
Tarefa: tente descobrir o que está escrito neste código secreto:
Primeira palavra:
0100000101010100010100110100111101010000010100110100010101010010
Segunda palavra:
01000001010101000100010101010010010100100100111101000011
Dica: veja que os primeiros 8 caracteres de cada linha são justamente a letra A.
Depois leia o que encontrar de trás para frente.
A Moral
Daniel Ânderson Müller*
Crises internacionais se fazem cada vez mais freqüentes. Crises nacionais, sobretudo na política, são quase eternas. Diante disto, a sociedade prega a moral. Mas será que a moral deveria ser pregada? Não teria de ser a moral um ingrediente do senso comum? O texto de André Comte-Sponville aborda estes e mais alguns tópicos interessantes sobre a tal moral.
Quando alguém se propõe a redigir uma resenha, deve resumir o texto contrapondo as idéias principais com suas próprias opiniões. De um modo geral, não há muito que eu possa comentar, até porque o texto é extremamente claro e bem fundamentado. Cita grandes filósofos e escritores renomados para justificar o enfoque dado ao tema. Enfim, o autor realmente consegue, digamos, passar o recado.
Devo destacar, todavia, alguns enfoques interessantes e bastante esclarecedores que o texto apresenta.
Num primeiro momento, desfaz as confusões que se faz a respeito do conceito de moral. O que para muitos é dito como moral é, na verdade, precaução, medo ou um simples julgamento. Segundo o autor, “a moral começa onde nós somos livres: ela é a própria liberdade, quando esta se julga e se dirige” (p.19).
Seguindo a leitura, vemos uma série de exemplos que ilustram bem a o que o autor pretende dizer. A moral trata da liberdade que o ser humano tem de fazer o que considera certo, sem esperar por recompensa. Trata-se também de evitar tomar uma atitude reprovável, não por causa do castigo ao qual pudesse ser submetido, mas porque o próprio “eu” reprova a ação.
O segundo ponto interessante é a forma dada para que o próprio indivíduo defina “sua moral”. Imaginemos o caso em que o indivíduo seja dotado de um poder sublime (o texto cita a invisibilidade como exemplo). Tal poder, como qualquer poder, é capaz de corromper um indivíduo que não tenha muito claros seus conceitos de moral. Então, para deixar tudo mais claro, o autor diz que moral poderia se resumir concretamente no “conjunto de regras às quais te submeterias mesmo que fosses invisível ou invencível” (p.21). Excelente definição.
A terceira abordagem que destaco é a individualidade da moral. Segundo o autor, a moral só tem legitimidade em primeira pessoa (p.22). Ou seja, pregar moralidade aos outros não é moral, é moralismo. O indivíduo deve pregar moral apenas a si mesmo, independente de justiça, opiniões de terceiros, uma possível recompensa ou crença em Deus. Partindo disso, o autor cria e logo descomplica um paradoxo que se forma: se a moral é de cada um, deve haver uma moral para cada um. Lógico que não, pois se para todos fosse moralmente aceitável mentir, roubar e matar (usando os exemplos do texto), instalaria-se o caos. Segue que a moral leva em conta o próximo, uma vez que as atitudes do indivíduo invariavelmente afetam outras pessoas. Portanto, a moral deve se fazer presente no senso comum, onde as pessoas agem com moralidade sem precisar cobrar umas das outras.
A quarta e última abordagem que destaco trabalha na relação da moral com a crença em Deus ou, de modo geral, a moral com a religião. Tomando um caso extremo de descrença, de ausência de religião, mesmo assim, o indivíduo não se permite fazer “tudo”. Ele ainda segue os preceitos da moralidade, do que ele considera correto. Sendo assim, o autor mostra que não é a religião que conduz à moral. Até porque hoje em dia ninguém toma a religiosidade do outro como aval de uma postura correta, de moralidade. Pelo contrário, de acordo com o texto, “a moral regulamenta ou justifica a religião”, já que “por um mandamento ser moralmente bom que posso acreditar que vem de Deus” (p.26).
De um modo geral, verifica-se que o conceito de moral está fundamentado na essência do ser humano. A moral deve fazer parte de todo o conjunto de atitudes deste ser, sobretudo em consideração a seus semelhantes. “A moral é a exigência universal, ou pelo menos universalizável, que te foi pessoalmente confiada” (p. 26).
REFERÊNCIA:
COMTE-SPONVILLE, André - Apresentações da Filosofia. Lisboa: Instituto Piaget, 2001
*Acadêmico de Licenciatura em Matemática da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.
Inconformismo
Daniel Ânderson Müller*
Peça para um gaúcho assistir “Netto perde sua alma” e ele vibrará. Não se limitará a apreciar uma bela peça da sétima arte apenas por conta de seu gosto pelo cinema. Ele se identificará com a história, estufará o peito e não perderá a oportunidade de realçar, além das qualidades da obra, o seu orgulho por ter nascido na extremidade meridional do Brasil.
Pois eu, gaúcho orgulhoso e um pouco ufanista, assisti o filme sem ter lido o romance homônimo que o inspirou e agora, ao som de uma típica música gaúcha, me ponho a analisar o resultado do trabalho dos diretores Tabajara Ruas (também autor do romance) e Beto Souza. O filme é estrelado por Werner Schünemann, que interpreta o protagonista General Antônio de Souza Netto, herói de dois conflitos historicamente importantes: a Revolução Farroupilha e a Guerra do Paraguai.
Atendendo primeiro a meu lado ufanista, destaco uma fala do General Netto, já nos minutos finais do filme, quando relata um diálogo que teve com o Imperador D. Pedro II, anos após o fim da Guerra dos Farrapos:
O Imperador do Brasil me disse que admirava nossa bela Província, mas que padecia muito com o ânimo belicoso dos rio-grandenses. Eu respondi que os rio-grandenses também amavam as belas artes e a democracia, e que também admirávamos essa vida tão lírica da Corte, essa Atenas tropical onde ele reinava tão graciosamente. Mas que tínhamos sustentado duzentos anos de guerras de fronteiras, e que sabíamos que mais guerras ainda viriam. Não éramos belicosos, como ele dizia, porque assim o desejávamos, mas porque, se a uns coube o destino de Atenas, a outros coube o destino de Esparta.
(Netto Perde Sua Alma, 2001)
Esta fala demonstra claramente o inconformismo e o senso de justiça presente na cultura do povo do Rio Grande do Sul. Inconformismo este que provocou uma grande guerra pela criação de uma república independente no nosso Estado. Os 10 anos da Revolução Farroupilha transformaram homens simples, defensores de seus ideais, em heróis. Apesar da República ter durado pouco, ao menos serviu para reajustar a forma com que o governo imperial tratava seus cidadãos.
O General Netto, fundador da República Farroupilha, viria a se engajar mais tarde, ao lado da Tríplice Aliança, na Guerra do Paraguai. O filme é centralizado num hospital da província de Corrientes, na Argentina, onde Netto, internado por conta de ferimentos desta guerra, e seu parceiro de batalhas, Sargento Caldeira, conversam e relembram o recente passado de lutas.
Feitas as considerações iniciais, focarei minha análise aos acontecimentos do hospital, pois não creio que seja necessário destrinchar toda a narrativa (que isto fique por conta da curiosidade de quem lê este texto e ainda não teve oportunidade de assistir o filme).
Ali, febril, moribundo e delirante, Netto percebe estranhos fatos. O mais impactante é a amputação das pernas de seu companheiro de quarto. A forte cena denota o caráter distorcido do cirurgião “carniceiro”. Caldeira tem as mesmas impressões e ambos se mostram inconformados com a conduta do médico. Outro, cujos atos merecem reprovação de Netto e Caldeira, é um paciente oriundo da guerra chamado Ramírez. Este teria matado sarcástica e covardemente dezenas de pessoas inocentes. Os dois decidem, então, fazer justiça matando os malfeitores.
Isto é inconformismo. É senso de justiça. Não que eu defenda medidas punitivas sumárias, como o assassinato, mas admiro pessoas com capacidade de indignação e que se levantam diante de uma situação de abuso e exploração por parte dos detentores do poder. Ali, no filme, o cirurgião se concedia o direito de cometer atrocidades. O tal Ramírez, durante a guerra, ordenava massacres e se vangloriava disso. Ter conhecimento destes fatos provoca a ira do espectador, que espera que aconteça a punição.
Assim também são os regimes políticos. Líderes arbitrários e sem escrúpulos aparecem aos montes na história e são depostos pelo poder de indignação do povo, pelo inconformismo dos justos, ou dos que sofrem com a opressão. Filmes de heróis demonstram que grandes poderes trazem grandes responsabilidades. É da natureza humana visar o poder. É também da natureza humana o deslumbramento tendo o poder nas mãos. O poder corrompe. Mas é igualmente bem humana a indignação, a revolta diante dos mandos e desmandos e das injustiças. Netto Perde Sua Alma mostra isso, fazendo referência às guerras já citadas e mostrando o homicídio dos carrascos no hospital argentino.
Atendendo agora a meu lado gaúcho orgulhoso, devo dizer que o filme mostra mais especificamente como se comporta o povo gaúcho ante as coisas que ele julga erradas.
* Acadêmico de Licenciatura em Matemática da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.
Obs.: Texto entregue ao Programa de Aprendizagens Problemas Filosóficos e Antropológicos em 2007/2.
A avaliação na minha trajetória de estudante
Estou tranqüilo. Diferente de alguns colegas, eu me sinto bem preparado por ter prestado atenção às explicações em aula. Talvez eu tenha um pouco de sorte por praticamente não precisar estudar fora do horário de aula. Talvez nem seja sorte, mas mérito. Apesar da tensão que antecede a prova, fico extremamente tranqüilo nos momentos de avaliação. Em contrapartida, penso em alguns colegas cujo esforço e dedicação ao longo do ano são reais, mas podem simplesmente não dar em nada. Da forma com que a avaliação é trabalhada, somente com provas individuais, estes colegas fatalmente vão fracassar. Ficam tensos, às vezes apavorados, e sofrem com o “branco” na hora da prova.
Acima relato uma situação semelhante às que vivi algumas vezes durante minha trajetória de estudante, desde as primeiras séries do ensino fundamental, até pouco tempo atrás, no ensino superior. As temidas provas sempre foram o principal instrumento de avaliação utilizado pelos meus professores em praticamente todas as disciplinas. Acredito que seja, de fato, a melhor forma de se verificar se o aluno realmente atingiu os objetivos propostos pela disciplina. Porém, também acredito que possam haver diferentes formas de se aplicar uma prova. Também há métodos alternativos ou auxiliares para a avaliação.
Falando de provas, lembro-me das matérias de Geografia e História no ensino fundamental. Tínhamos um livro para cada disciplina, que era cedido gratuitamente pelo governo. A professora limitava-se a reproduzir na prova as mesmas questões presentes nas páginas de exercícios dos livros. Não havia contextualização, nem nas aulas, quanto menos na avaliação. Confesso que desenvolvi uma certa aversão por Geografia e História. Vivia lendo capítulos e respondendo questionários. Nada de trabalhos, nada de pesquisas, nada de mais...
Outras disciplinas, porém, me trazem lembranças mais agradáveis. Entre elas, Língua Portuguesa e Matemática. Tanto no ensino fundamental, quanto no médio, tive professores nestas matérias que lançavam mão também de outros recursos avaliativos e certamente conseguiam tirar “algo a mais” dos alunos. Não era nada de espetacular. Mas alguns trabalhos em grupo (ou mesmo individuais) antes da temida prova, onde os alunos obtinham bom desempenho, já quebravam um pouco a tensão antes da avaliação final. Na própria prova, tais professores costumavam colocar questões com enunciados claros e situações-problema bem contextualizadas, que tornavam a solução menos “vazia”. O aluno (falo da minha experiência) se sentia desafiado a resolver as questões e, ao mesmo tempo, se sentia tranqüilo por saber que a avaliação de seu desempenho levaria em conta tudo o que fosse apresentado, não somente o resultado final da tal prova.
Lendo LUCKESI (2006), em seu artigo sobre domínio e desenvolvimento na avaliação da aprendizagem, consegui distinguir as diferentes formas de avaliação às quais havia sido submetido até então. Claramente, um profissional do ensino que aplica suas provas baseado em exercícios prontos de um livro didático está focado no “domínio”. Este profissional entende que o aluno deve compreender as questões fundamentais de sua matéria, as quais são cobradas em prova. Às vezes este professor admite como corretas apenas as questões respondidas ipsis litteris como está no livro, o que a meu ver beira o ridículo.
Por outro lado, o profissional que confia na sua capacidade de ensinar e se organiza bem, consegue cobrar em avaliações algo além do conteúdo propriamente dito. Este professor vai além do domínio, fazendo com que seus alunos sejam capazes de aplicar os conhecimentos ora adquiridos para solucionar problemas complexos, na base da análise e interpretação. Assim, o foco é dirigido ao “desenvolvimento”.
Em síntese, solicitar ao estudante que manifeste desenvolvimento para além do domínio não significa formular questões que sejam mais difíceis de serem compreendidas, mas sim colocar questões claras que possibilitem ao estudante aplicar os conhecimentos anteriores para solucionar problemas novos. (LUCKESI, 2006, p.5)
Vejo que trabalhar o conteúdo de uma disciplina com foco no desenvolvimento é bem mais difícil do que se o mesmo fosse feito focando no domínio. Um professor que deseja desenvolver o conteúdo precisa acreditar seriamente no seu trabalho e se organizar para atingir os objetivos que propuser em sala de aula. Um grande problema que vejo na atualidade é que os estudantes vivem sem metas, sem desafios. Talvez o foco no desenvolvimento possa trazer um pouco mais de “cor” ao aprendizado.
Numa análise bem pessoal dos exemplos anteriormente citados, vejo também que havia grandes diferenças na capacidade profissional dos professores em questão. Ao passo que a professora de História e Geografia do ensino fundamental dava suas aulas exatamente da mesma forma desde que iniciara no magistério, havia mais de vinte anos, a maior parte dos outros professores encaixavam seus conteúdos em situações do cotidiano dos alunos e fatos da época em que se vivia. É provável que o desempenho de tais professores durante a minha vida escolar tenham sido decisivos na minha escolha profissional. Serei professor de Matemática por enxergar nesta ciência uma riqueza incalculável de possibilidades. E foram meus bons professores que me ensinaram isso.
REFERÊNCIAS:
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem: domínio e/ou desenvolvimento? Disponível em http://www.luckesi.com.br/textos/abc_educatio/abceducatio_54_dominio_e_ desenvolvimento_26062006.pdf. Acesso em 16/03/2008.
Aprendendo a Avaliar
Dar valor, medir, reconhecer a grandeza ou o merecimento de algo. Todos são sinônimos de “avaliar”. Pois é, se você realmente entender avaliação como sinônimo destes termos, verá que o ato de avaliar está presente em inúmeras situações do cotidiano. Dizer que fulano é inteligente, que sicrana é bonita, ou que deltrano dirige bem, nada mais é do que atribuir um conceito, que pode variar entre o bom e o ruim. Nada mais é do que avaliar. Cada um de nós usa de instrumentos bem particulares para suas avaliações. Levamos em conta nossas concepções, nossos princípios e valores para aferir e qualificar os atos ou mesmo as pessoas.
É munido destes predicados que um professor atua em aula. Tem lá seus ideais e quer a todo custo que seus alunos atinjam os objetivos pré-definidos. Resta averiguar se tais objetivos estão bem claros e justos. Imaginemos a situação em que o professor entra na sala de aula e, de imediato, adotando uma postura discriminatória, mapeia a turma e classifica seus alunos. Alguns parecem ser bons, os demais nem tanto. Outros, porém, estão fadados ao fracasso, pois não têm condições de aprender. Ora, baseado em que o professor pode fazer este tipo de “avaliação”? Em sua rica experiência, eu suponho.
Não é, de forma alguma, nos primeiros contatos que ele poderá fazer isso. Me arrisco a dizer que esta colocação de rótulos nos alunos não poderia ser feita jamais. Os primeiros contatos servem para dar os dados iniciais para o processo avaliativo e podem indicar o início da caminhada. Indicam como o professor atuará dali para frente para cumprir bem seu papel de educador.
Uma vez que o professor consegue identificar as carências e necessidades de seus alunos, traçando os caminhos a seguir, só então poderá proceder com suas constantes avaliações. Uso aqui o termo “constantes” porque já comentei, no início, que avaliações são processos muito freqüentes no dia-a-dia, e não haveria de ser diferente na escola. A diferença está no fato do professor usar técnicas para medir o desempenho de seus alunos. Na prática educativa, o profissional deve abster-se, muitas vezes, de suas convicções e entender os processos de aprendizado de cada aluno como fatores únicos. Ele deve munir-se de dados que lhe permitam uma correta avaliação do seu aluno. Aí é que entram os instrumentos avaliativos específicos da escola.
Associa-se muito a avaliação à prova, ao teste. Ao longo do semestre de curso na Atividade Acadêmica Ação Pedagógica e Avaliação, tive contato com diversos trabalhos de teóricos que estudam a avaliação da aprendizagem como um processo todo especial. Não entendo a avaliação como um processo à parte da prática docente. É apenas um trabalho todo especial e de sumária importância na escola. Foi possível entender a avaliação como uma atividade bem mais complexa do que somente contar acertos de uma prova.
O ato de avaliar importa coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto. O valor ou qualidade atribuídos ao objeto conduzem a uma tomada de posição a seu favor ou contra ele. E, o posicionamento a favor ou contra o objeto, ato ou curso de ação, a partir do valor ou qualidade atribuídos, conduz a uma decisão nova, a uma ação nova: manter o objeto como está ou atuar sobre ele. (LUCKESI, 1998, p. 6)
Não é uma crítica às provas e testes, muito pelo contrário. Creio que a prova seja, de fato, um instrumento precioso de avaliação. Concordo que a prova, assim como todo o processo avaliativo seja um “mal necessário” (ESTEBAN, 1999, p. 10), uma vez que obriga o aluno a se esforçar, minimamente, que seja.O problema fica por conta de como os resultados das provas são entendidos pelo professor. É pena que o professor, às vezes, do alto de sua autoridade, se dê o direito de julgar seus alunos sem perceber que é ele também que está sendo avaliado. Não percebe, muitas vezes que o desempenho de seus alunos é um espelho do seu desempenho como educador e orientador. “Para Comenius, se o aluno não aprendesse, havia que se repensar o método, ou seja, o exame era um precioso auxílio a uma prática docente mais adequada ao aluno” (GARCIA, apud ESTEBAN, 1999, p. 32).
É com base na avaliação que se decide, praticamente, o futuro do nosso aluno: se ele deve repetir o ano ou prosseguir; se tem aptidão para determinada carreira; se está acompanhando bem o conteúdo, etc. A mesma avaliação deve dar subsídios para que o professor aperfeiçoe seu trabalho e atinja sempre melhores resultados com seus alunos.
Trabalho há bastante tempo com ensino profissionalizante. Como tal, entendo que o aluno me procura e a minha empresa para aprender o que lhe falta em termos de qualificação profissional. Sendo assim, e para merecer o valor mensal pago pelos alunos, é que me esforço para que o aluno tenha um bom aprendizado. E, para verificar se o processo está bem encaminhado, nada melhor do que um correto processo avaliativo.
Sempre entendi a avaliação como uma via de mão-dupla. Ao perceber um baixo rendimento dos meus alunos, olho cuidadosamente para o processo e identifico eventuais falhas na minha atividade. Talvez não seja este o caso. Talvez o aluno tenha, de fato, dificuldades e não seja tão “culpa minha” o baixo desempenho dele. Mas posso fazer algo para mudar isto, posso tentar novamente. E, se ali na frente, eu me verificar que estou falhando, devo rever meus conceitos. Costumo lembrar das palavras do cartunista Henfil, que decorei lendo não lembro onde: “Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, valeu a intenção da semente”.
REFERÊNCIAS
ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: domínio e/ou desenvolvimento? Disponível em http://www.luckesi.com.br/textos/avec_educatio/abceducatio_54_dominio_ e_desenvolvimento_26062006.pdf. Acesso em 27 jun 2008.
_____________. Verificação ou Avaliação: O que pratica a escola? Série Idéias n. 8, São Paulo: FDE, 1998. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p071-080_c.pdf. Acesso em 27 jun 2008.
HOFFMANN, Jussara M. L. Avaliação Mediadora: Uma Relação Dialógica na Construção do Conhecimento. Série Idéias n. 22, São Paulo: FDE, 1994. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_22_p051-059_c.pdf. Acesso em 27 jun 2008.